quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ENTREVISTA CURTA COM JOSÉ FACURY – Cabo Frio / RJ

Sua história completa começa no Maranhão, terra onde nasceu e participou dos movimentos sociais e culturais. Depois veio para o Rio de Janeiro e enfrentou a ditadura usando a força de seu teatro. É fundador do grupo Teatral Creche na Cochia, que já tem 30 anos de história!
Vamos conhecê-lo melhor nesta ENTREVISTA CURTA.



Cine Mosquito – Facury, certa vez alguém me disse que o ator de teatro brasileiro vê mais cinema do que teatro em si. Na tua percepção, a quê se deve essa visão?

José Facury - O ator é um ser como todos. A facilidade que temos de ver cinema é bem mais ampla do que ver teatro. Também nós somos menos críticos às péssimas interpretações no cinema/ tevê e excessivamente exigentes com o ator no teatro. Já o público comum é bem menos exigente com o ator no teatro, para ele, a necessidade de entender a trama o absorve mais do que os detalhes interpretativos.

CM – Que tipo de semelhança você vê entre a cenografia para o cinema e para o teatro?

JF Muitas, logicamente dependendo do tratamento dado ao filme. Na maioria dos tratamentos cinematográficos a cenografia é ambiental. Já na maioria das encenações a cenografia é mais escultural onde os elementos se instalam sugerindo superficialmente aquilo que possa ser exigido em termos de ambientação

CM – Fala um pouco da tua relação com o ver/fazer cinema.

JF - Adoro ver cinema e já o estudei. Fui diplomado em um dos melhores cursos já feitos no Brasil, no Museu de Arte Moderna na década de setenta. Foram dois anos de muito estudo e muitas realizações. Ali estava querendo largar o teatro, mas na época, fazer cinema era muito caro e voltei ao teatro. Agora o andam banalizando demais. Gosto da democratização do uso da câmera e da utilização da linguagem em pequenos circuitos, mas ser cineasta como muitos se dizem sê-lo, são outros quinhentos.

CM – Fique a vontade pra falar dos seus filmes e cineastas preferidos.

JF - São muitos e todos deles: Chaplin, Orson Wells, Fellini, Bunuel, Fassbinder, Nelson Pereira, Tim Burton, Spike Lee, Greenwey, Eastwood, Scorcese, Tarantino, Coppola, Fernando Meirelles etc etc etc

CM – O que você acha que pode melhorar, no panorama do cinema brasileiro?

JF - Acho que o cinema brasileiro está no rumo certo, passada as ondas das chanchadas, da nouvelle vague tupiniquim, do hermetismo simbólico, do ufanismo histórico nacionalista, do pornô e da violência urbana estamos agora no caminho de uma linguagem brasileira que é a soma de todas essas fases que passamos. Que é exatamente o que somos.

CM – Quem é José Facury por José Facury?

JF - Um ser que cada dia acha que sabe menos e que não terá tempo de aprender tudo que precisa para contribuir mais maduramente para a nossa cultura. Um ser que, cada vez mais, anda intolerante com a imbecilidade reinante dos oportunistas da arte nesse mundo moderno.


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